Pesquisa

Pensar como os peixes e as plantas

Antecipar o meio ambiente

Por muito perfeito que seja, um aquário nunca deixa de ser um cativeiro

Um aquariófilo nosso amigo gosta particularmente de realçar que tem os seus peixes aprisionados numa verdadeira cela. Uma prisão «dourada», é certo, onde o carcereiro deve ter o cuidado de escolher uma ementa o mais variada possível e de criar as condições para preservar a saúde e estimular a reprodução dos seus prisioneiros, mas de onde eles nunca poderão sair, a não ser que o seu algoz decida mudá-los para... uma outra cela. Embora esta imagem seja estruturalmente negativa, admitamos que é, na realidade, uma forma fria e objectiva de descrever a aquariofilia. Pelo menos sob o ponto de vista dos peixes, uma vez que as plantas não se podem mover.

 

Posto este intróito, qual é o «melhor» aquário? Esta é uma pergunta que muitas pessoas frequentemente nos colocam quando, após terem decidido «converter-se» à aquariofilia, deparam com a necessidade de escolher o seu futuro tanque. Pois é. A realidade é que mesmo para aquariófilos experimentados esta é uma boa pergunta. Aliás, trata-se de uma pergunta essencial a que, na maior parte das vezes, nem é tão fácil de responder quanto pode parecer. E se tentarmos dar uma opinião pondo-nos no lugar dos peixes e das plantas que nele irão viver, assume-se até como a questão crucial, pois o mais provável é que eles tenham de passar o resto dos seus dias lá dentro.

 

Com efeito, é sobretudo na perspectiva dos seus futuros habitantes que a resposta para esta questão deve ser procurada. Para escolhermos o aquário mais adequado devemos começar, em primeiro lugar, por inteirar-nos das necessidades dos peixes e plantas que gostaríamos de ter no nosso novo aquário. Não apenas percebermos as suas necessidades mais básicas — pois até um leigo no tema percebe que seria quase criminoso tentar manter um casal de Óscares adultos num tanque de formato cúbico com capacidade para 150 litros, por exemplo —, mas essencialmente conhecer e compreender as suas necessidades específicas. Ou seja, nunca nos esquecermos de que o nosso aquário será sempre um cubículo onde vários seres vivos irão habitar durante toda a sua existência. Perante este argumento, podemos logo à partida assumir como princípio que quanto mais soubermos sobre as necessidades dos seus futuros habitantes e mais amplo for o espaço que lhes pudermos proporcionar melhor será para eles.

 

Rejeitar liminarmente os obsoletos globos de vidro

 

Encaradas as coisas por este prisma, facilmente chegaremos à conclusão de que a escolha de um aquário exige sobretudo uma atitude responsável. Aqueles globos de vidro que antigamente eram bastante comuns, não servem para aquário, por exemplo: são péssimos, os peixes ficam com uma visão deformada do espaço que os rodeia e acabam por ter de viver permanente num ambiente tão distorcido que os pode levar a um estado de depressão. Obrigar um peixe a ter de viver num globo de vidro minúsculo e que lhe força uma visão deformada do mundo que o rodeia é objectivamente uma crueldade. Está cientificamente comprovado que os peixes, as plantas e até os invertebrados são seres sencientes, que são seres capazes de sentir ou perceber o mundo que os rodeia através dos sentidos e que possuem ou conseguem receber impressões ou sensações bastante mais complexas do que aquelas causadas por necessidades ou reacções tão básicas quanto a fome, a dor ou o medo.

 

Posto isto, devemos rejeitar liminarmente os globos de vidro, que aliás até já são desde há algumas décadas proibidos por lei, na maior parte dos países do mundo ocidental, enquanto aquários destinados à manutenção de peixes em cativeiro. Recuperando a perspectiva que abordámos logo no início deste artigo, se qualquer aquário acaba invariavelmente por ser uma «prisão» da qual os peixes nunca irão poder sair, o mínimo que lhes devemos assegurar é não os obrigarmos a terem de viver o resto dos seus dias numa «câmara de tortura» permanente. Em boa verdade, o mínimo que lhes devemos proporcionar é precisamente o oposto: devemos garantir-lhes as condições básicas para terem uma existência saudável e confortável. Porque lidar com seres vivos de estimação mantidos em cativeiro exige de nós uma atitude minimamente conscienciosa. Exige termos sempre presente que em última análise o bem-estar deles depende de nós, que depende das nossas decisões, acima de tudo.

 

Complementarmente a isso tudo, temos de pensar em oferecer aos seus futuros habitantes espaço suficiente para que eles cresçam até ao tamanho máximo que possam atingir em adultos, se possam movimentar à vontade e até para poderem demarcar os respectivos territórios, além de não viverem num ambiente sobrelotado. Mas isso só não chega. Entre muitos outros aspectos, temos também de ver se o aquário dispõe de largura e profundidade suficiente, ou se, ao invés, não será eventualmente demasiado fundo para certas plantas conseguirem depois receber luz suficiente, só para apontar um exemplo. Na verdade, existem inúmeras razões que justificam a importância de haver uma proporcionalidade nas dimensões do aquário (e o facto de muitos dos que se encontram à venda terem dimensões standard), razões essas que estão muito antes do tamanho máximo que possam vir a atingir as espécies de peixes e plantas que nele irão habitar.

 

A importância da área da superfície

 

Antes do mais, uma vez que estamos a falar de um ambiente subaquático, há um aspecto que assume uma importância decisiva e que consiste em verificar se o tanque proporciona uma superfície de contacto da água com o ar suficientemente confortável para que a oxigenação da água possa efectuar-se sem problemas. É que todas as trocas gasosas, tão necessárias à oxigenação da água, são directamente influenciadas pela relação entre a área da superfície e a profundidade do aquário: para que essas trocas de gases possam efectuar-se em condições satisfatórias, se o aquário for muito profundo terá de possuir igualmente um comprimento e uma largura consideráveis, para ter uma boa área de superfície. Independentemente da ventilação que mais tarde possamos adicionar, será a área da sua superfície que determinará até que profundidade se processará naturalmente uma oxigenação adequada.

 

De facto, como a área da superfície resulta do comprimento e da largura do aquário, se estes dois parâmetros forem demasiado modestos e a profundidade for desproporcionada, as partes mais fundas precisarão de receber uma ventilação reforçada para assegurar que a quantidade de oxigénio dissolvido nessas zonas seja suficiente; caso contrário — o que às vezes sucede em tanques particularmente profundos ou de formato cúbico —, a quantidade de oxigénio dissolvida na água acaba por ser muito diferente consoante o nível de profundidade, reduzindo-se consideravelmente à medida que os peixes se deslocam da superfície para o fundo.

 

Deixe-nos lá insistir nesta questão das trocas gasosas, caro leitor, porque se trata de algo com uma importância crucial. Estamos aqui a falar de planear o meio ambiente que queremos recriar, certo? Ora se é certo que a água é o elemento essencial para qualquer ambiente aquático, também é certo que ela é composta por dois gases: o hidrogénio e o oxigénio. Por outro lado, nesse meio ambiente vão viver seres que também vão participar na equação e produzir trocas gasosas: no que toca aos peixes, tal como nós, vão consumir oxigénio e libertar dióxido de carbono na sua respiração, sendo que também as plantas irão fazer durante o dia a fotossíntese, capturando o dióxido de carbono presente na água e libertando oxigénio. É evidente que essas trocas gasosas ocorrem naturalmente, mas num ambiente fechado como um aquário, muito em particular para as espécies de peixes que precisem de mais correntes e de águas movimentadas, vão seguramente precisar de ser reforçadas, sendo que isso será feito através da ventilação da água e da agitação da superfície.

 

Em termos práticos, isto explica-se assim: com a movimentação da superfície, a água e o ar sofrem a tal troca natural de gases de que estamos a falar, sendo que o oxigénio vai do ar para a água e o dióxido de carbono vai da água para o ar. É sobretudo desta forma que o oxigénio que os peixes respiram entra no respectivo ambiente e é também assim que o dióxido de carbono que eles produzem ao respirar é removido da água. Posto isto, quanto mais se agitar superfície da água do aquário, mais ampla será a área (com a ondulação) e mais aumentarão as tais trocas gasosas entre a água e o ar: mais dióxido de carbono será libertado na atmosfera e mais oxigénio dissolvido será introduzido na água. Ou seja, a chamada tensão superficial da água deve ser constantemente quebrada para que haja uma troca gasosa suficiente. Daí uma das principais razões da importância de haver a tal proporcionalidade nas medidas do aquário.

 

Felizmente, nos dias de hoje e graças à tecnologia disponível, é muito fácil conseguirmos quebrar essa tensão superficial e agitar a superfície da água. A forma mais simples é recorrendo a equipamentos que bombeiam ar na água, onde os gases do ar formam bolhas, que sobem até à superfície e explodem em contacto com a atmosfera, quebrando assim a tensão superficial. Essa agitação da água, provocada pelo fluxo de bolhas de ar, tem também a vantagem acrescida de criar movimentação na água dentro do tanque, agitando-a de modo que todos os elementos e compostos existentes nela — tanto os benéficos como os prejudiciais — sejam distribuídos uniformemente por todo o aquário e atenuando potenciais zonas anóxicas, que mais não são do que aquelas zonas com insuficiente oxigenação. Clique aqui para saber mais sobre as trocas gasosas [+]

O teor de oxigénio dissolvido na água

 

O teor de oxigénio (O2) dissolvido na água depende de inúmeros factores, que vão muito além da área da superfície versus a profundidade do tanque e da movimentação da água. Já vimos atrás que a água em movimento é por norma muito melhor oxigenada do que a parada, mas a sua temperatura e a presença de animais e plantas também têm uma grande influência. Quanto à temperatura, todos nós sabemos que a dependência entre a temperatura e o grau de oxigenação da água é inversamente proporcional, pois à medida que a temperatura aumenta também diminui a saturação de oxigénio na água.

 

Porquê? Porque o oxigénio é um gás e os gases expandem quando aquecem, sendo que ao expandirem sobem na coluna da água (aliás, até na atmosfera isso sucede, basta pensarmos naqueles balões de ar aquecido que nos permitem voar). Ora, se já vimos antes que a água do aquário é oxigenada principalmente pelo ar, se estivermos a falar de um aquário tropical, de águas quentes, e o fluxo for lento e a superfície ficar demasiado parada, apenas as camadas superiores da coluna da água serão oxigenadas. Note aqui que, curiosamente, há várias espécies de peixes e plantas que gostam desse tipo de ambiente, que são as chamadas espécies de águas lênticas, mas trataremos disso noutro artigo.

 

Ora se há peixes que gostam de águas mais paradas e outros que se dão bem em correntes mais fortes, lá voltamos nós à nossa resposta inicial sobre a questão de fundo: temos de nos pôr «na pele» dos peixes que serão os futuros habitantes do aquário e para isso temos de conhecer bem as respectivas necessidades. E então as plantas? Também, mas se essas são tidas como produtoras adicionais de oxigénio, isto se estiverem saudáveis, a verdade é que à noite também o consomem em quantidades significativas, quando deixam de fazer a fotossíntese e apenas respiram...

 

Todavia, para já, o essencial é centramos a nossa atenção nos consumidores do oxigénio dissolvido na água, que não são só peixes. Existem muitos outros seres vivos em qualquer aquário que não conseguimos ver à vista desarmada mas que também são essenciais para o equilíbrio biológico do conjunto. Estamos a falar de inúmeros microorganismos que vivem na água, principalmente no substrato, no filtro e nas rochas, mas alguns deles também pertencem ao reino das plantas e também consomem oxigénio à noite, no escuro. Daí a necessidade de se manter o tal arejamento adicional à noite, a imperatividade de mantermos a água permanentemente em movimento.

 

Em suma, um aquário saudável é um aquário biologicamente equilibrado e isso equivale a falarmos de um aquário bem oxigenado. Por isso, quando falamos dos futuros habitantes do aquário, estamos a falar de inúmeros seres vivos. Até mesmo os tais microorganismos de que acabámos agora de falar desempenham tarefas essenciais para esse equilíbrio, pois participam na decomposição de poluentes orgânicos mas necessitam de consumir oxigénio para desempenharem esses processos. São seres aeróbicos.

 

Sem oxigénio suficiente dissolvido na água não haveria a oxidação de compostos orgânicos (como proteínas, carbohidratos ou gorduras) em compostos mais simples, que podem ser facilmente absorvidos tanto pela plantas como pelos próprios peixes e caracóis. Além disso, os processos de decomposição anaeróbica, ou seja, os processos que ocorrem quando há uma deficiência de oxigénio na água, levam à formação de substâncias tóxicas prejudiciais aos habitantes do aquário (como sulfeto de hidrogénio, ácidos orgânicos, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, por exemplo), que são uma das principais causas de maus cheiros nos aquários e de doenças nos peixes.

 

A importância do dióxido de carbono

 

Quanto à importância do dióxido de carbono (CO2), também não pode ser descurada: durante o dia o dióxido de carbono é principalmente excretado peles peixes e outros animais aquáticos, surgindo também nos processos de decomposição de compostos orgânicos; à noite, além dessas situações, também é excretado pelas plantas. Em aquários com pouca quantidade de plantas, com falta de ventilação ou onde haja uma fertilização excessiva do substrato, estão reunidas as condições ideis para que haja um excesso desse gás na água e para explosões de organismos oportunistas, como algas, fungos e outros tipos de bactérias nocivas, por exemplo.

 

Ao invés, também não é recomendável termos uma quantidade excessiva de plantas em relação aos peixes presentes no aquário aliada a uma insuficiente agitação da superfície: esse tipo de situações provocam frequentemente deficiências de gás carbónico durante o dia e deficiências de oxigénio à noite, além de serem também a causa da descalcificação biológica da água (pois as plantas extraem o dióxido de carbono dos carbonatos e dos bicarbonatos presentes na água, em particular dos carbonatos de cálcio e dos bicarbonatos de cálcio).

 

Sabendo nós agora que a escolha de um aquário implica planearmos tudo para que se mantenha nele o equilíbrio biológico e corresponda à necessidades das espécies de seres vivos que irá alojar, torna-se claro nesta fase que atingirmos esse objectivo depende de muitos factores. Que vão desde a quantidade de peixes em relação às plantas, a escolha dos filtros e de uma ventilação adequados, o tipo de substrato, a temperatura ideal, o pH, a dureza da água, a quantidade de luz, as tarefas de limpeza e as reposições sistemáticas da água, etc.

 

Resumindo, uma vez mais também aqui a solução passa muito por estudarmos as necessidades das espécies dos seres vivos que vamos querer ter. É essa a melhor via para criarmos um sistema que funcione eficientemente para benefício dos nossos peixes e plantas e nosso, poupando-nos dissabores.

 

Por último, embora todos esses factores sejam por nós analisados noutros artigos mais à frente, uma vez que estamos aqui a falar do dióxido de carbono deixe-nos salientar que o excesso deste gás na água pode causar uma diminuição no pH. Ou seja, para quem esteja já a pensar adquirir num sistema de injecção de CO2 para ter plantas exuberantes, convém não esquecer que se exagerarmos na quantidade deste gás dissolvida na água do aquário (acima de 40 mg/litro), o pH pode cair para níveis muito baixos e os peixes começarem a morrer.

 

Por conseguinte, se estiver a pensar avançar para um aquário desses, talvez seja boa ideia pensar num aquário destapado, pois a dose de dióxido de carbono mais recomendada para esse tipo de aquários é de 20-35 mg/litro e deve ser mantida para garantir o crescimento das plantas, sendo que num aquário com tampa existirão fortes probabilidades de haver excesso de CO2 na atmosfera, que voltará para a água com a condensação e as trocas gasosas. E note que nesses casos também é importante que a quantidade de iluminação seja no mínimo de 0,5 watts/litro para que as plantas possam consumir o CO2 no processo de fotossíntese.

 

O equilíbrio de O2 versus CO2

 

Sintetizando, já estabelecemos que a água é um óptimo solvente para muitos compostos e que isso inclui os dois gases predominantemente presentes no ar: o oxigénio e o dióxido de carbono. Num ciclo ideal de trocas gasosas entre as plantas e os peixes no aquário, os peixes extraem o oxigénio dissolvido na água, transformam-no ao respirarem, para desempenharem os seus processos metabólicos, e libertam dióxido de carbono. Surgem então as plantas que, sob a influência da luz como fonte de energia no processo de fotossíntese, absorvem esse dióxido de carbono e convertem-no em oxigénio puro. Dessa forma, num ciclo contínuo de trocas gasosas e de transformação, esse oxigénio é reaproveitado pelos peixes e pela fauna microbiana responsável pelo equilíbrio biológico do meio aquático. O equilíbro ecológico assenta neste círculo virtuoso, é assim que estes processos nos são ensinados na escola, não é?

 

Todavia, não nos podemos esquecer que isso é o que vemos acontecer de forma natural num ambiente aberto como a Natureza, onde existem inúmeros factores que convergem para esse ciclo ocorrer naturalmente. Num ambiente fechado, como um aquário, para que esse equilíbrio seja verdadeiramente autónomo e funcional, devem ser ajustados e mantidos os três factores mais importantes: uma grande quantidade de água, um grande número de plantas e uma pequena quantidade de peixes. Ora obter uma combinação assim tão excelente num ecossistema fechado é, na esmagadora maioria das vezes, um objectivo difícil de alcançar, pelo menos em condições normais. Torna-se por isso quase sempre necessário instalar um sistema de oxigenação adicional.

 

Na prática, a oxigenação da água pode ser o resultado de vários processos técnicos ou químicos. O mais replicado, por ser o mais natural, é o processo de troca gasosa que ocorre durante a mistura de massas de água, a combinação de água e ar. O ar consiste em aproximadamente 21% de oxigénio e 79% de nitrogénio, sendo que este último é um gás neutro. Assim, a oxigenação da água durante a sua mistura com o ar permite enriquecê-la com o oxigénio necessário à vida dos peixes e da fauna bacteriana responsável pela purificação biológica (um processo que abordaremos noutro artigo, sobre a transformação dos resíduos por bactérias aeróbicas).

 

O que para já interessa reter é que o teor ideal de oxigénio dissolvido na água do aquário é de cerca de 8 mg/l a 25°C e que a capacidade de absorção de gás pela água para atingir o nível ideal de oxigénio num aquário depende de três critérios: a força da mistura, a temperatura e as caraterísticas físico-químicas da própria água. Em relação à tempertura, como já vimos, a solubilidade do oxigénio diminui acentuadamente à medida que a temperatura aumenta, ou seja, o indicador de concentração de oxigénio dissolvido é portanto bastante menor a 30°C do que a 20°C. Ora este aspecto é muito importante desde logo para planearmos que tipo de aquário vamos criar, para anteciparmos o seu meio ambiente.

 

Planear para poupar

 

Para os nossos leitores que se achem mais pragmáticos, aqueles que já estejam a pensar que isto tudo que aqui abordámos é dar demasiada importância a pormenores, fica aqui um argumento que costuma ser «regra de ouro» para a aquariofilia: planear estes detalhes costuma ajudar a poupar muito dinheiro. Recuperando o problema da oxigenação, é claro que se pode sempre ultrapassar com o recurso a meios mecânicos, como bombas e filtros, por exemplo. Só que muitas vezes essa não é a melhor solução e para quem procura «o melhor aquário» a ideia é que ele sirva o objectivo pretendido ao mais baixo custo e que sirva também para prevenir posteriores problemas.

 

Que tipo de problemas? Bem, quanto a isso poderíamos avançar-lhe muitos exemplos, mas o melhor será que o leitor faça uma visita mais completa ao nosso site para recolher informação que o ajude a entender os complexos mecanismos de um ambiente vivo, apesar de lhe podermos deixar já um exemplo concreto: que é que acharia se fosse uma planta palustre com as pontas das suas folhas a serem constantemente queimadas pela lâmpada do aquário só porque precisavam de sair fora da linha de água para essa planta vicejar?

 

Esta é precisamente uma das situações mais comuns, mesmo em tanques de aquariófilos cuja experiência os deveria supostamente levar a não cometerem erros desses. Posto isto, como vemos, o «melhor aquário» tem significados diferentes para diferentes aquariófilos (e para as diferentes espécies de peixes, para as plantas, etc). Assim sendo, as respostas que possam dar-se são sobretudo opiniões. O que interessa é saber-se o que se pretende ter dentro do aquário que se está a pensar instalar. Esse é que é o principal critério para definir «o melhor» e nós só queremos tentar ajudá-lo a descobrir o «melhor aquário» para si e para os seres vivos que quiser colocar dentro dele.