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Sudeste Asiático

Sudeste Asiático

Em termos de área biogeográfica, o ecossistema do Sudeste Asiático abrange os países do sul da Ásia continental — Myanmar, Laos, Tailândia, Vietname, Cambodja, Malásia e Singapura —, bem como várias ilhas do arquipélago da Indonésia — Sumatra, Bornéu, Java e Bali —, incluindo o Brunei (localizado na parte norte da ilha de Bornéu). Basicamente, estamos a falar da área terrestre sobre a placa de Sunda, cujo limite fica no estreito de Lombok (que separa Bali de Lombok e marca a junção do Oceano Índico com o Mar de Java), isto de acordo com a «Linha de Wallace», assim designada pelo biólogo inglês Thomas Henry Huxley e em homenagem a Alfred Russel Wallace. Num passado distante, toda esta zona geográfica — plataforma continental e ilhas — estava unida por um enorme sistema de rios, que as atravessavam de uma ponta à outra. O principal rio do Sudeste Asiático é o Mekong, que se estende por 4350 Km, sendo o sétimo mais longo da Ásia e o décimo segundo mais longo do mundo.

 

Trata-se de uma área marcada por florestas tropicais, de humidade muito elevada, sendo que nas regiões com pouca inclinação também nascem inúmeros rios pequenos, que acabam por alimentar os rios maiores como tributários e sustentam uma enorme biodiversidade. Na maior parte desses pequenos rios praticamente não existe corrente, criando-se assim um ambiente com um fluxo de água muito lento, com densa vegetação e muita matéria vegetal em decomposição. Tanto o substrato natural como as rochas apresentam uma coloração de um vermelho intenso devido à forte concentração de ferro nessas águas, embora o conteúdo mineral geral seja muito baixo. A flora aquática é dominada por bambus e fetos, que crescem bastante acima da linha de água, criando assim muitas zonas de sombra.

 

Devido à grande quantidade de matéria vegetal em decomposição, a água é bastante escura e ácida, recomendando-se que seja mantido um pH de 6.0-6.5 na recriação destes biótopos. A dureza de carbonatos (KH) varia entre 2-8 dKH e a dureza total (GH) entre 36m-144 mg/l. A temperatura média da água nesta área varia entre os 26 e os 29°C. Uma vez mais também estes parâmetros devem ser replicados no aquário do biótopo. Para recriar a a cor escura da água, com elevada concentração de taninos, sugere-se a utilização de bastantes troncos e folhas de Amendoeira-da-Índia (Terminalia Catappa).

 

Nalgumas destas áreas também se registam baixas concentrações de sal, que podem ser benéficas para a manutenção de determinadas espécies. Todavia, se se adicionar sal ao tanque terão de ser sempre mantidas quantidades muito pequenas, pois a ideia é criar parâmetros benéficos para os peixes mas sem prejudicar as plantas. Como o habitat natural é caracterizado por todos estes pequenos afluentes dos rios maiores, existem muitos locais onde a profundidade da água também é muito reduzida e isso deve ser tido em conta ao planear a profundidade do tanque, embora não seja uma questão absolutamente fundamental pelo facto de nesta região ocorrerem chuvas intensas e regulares que naturalmente aumentam os níveis da água.